19 de out. de 2010

Adotei uma criança com síndrome de Down

Marly de Cássia Silva dos Santos, 45 anos, professora, casada, já era mãe de duas moças quando adotou Gabriel. Ele tinha 6 anos. Hoje o garoto está com 12 e inteiramente recuperado dos maus-tratos que sofreu. Toda a família vibra com cada uma de suas conquistas

Quando eu e meu marido, José Dionísio, decidimos pela adoção, nossas filhas, Katia e Kelen, tinham 20 e 17 anos. A mais velha ia se casar e achamos que a casa ficaria vazia. Então, fizemos um cadastro na Vara da Infância pedindo uma criança maior, capaz de entender que estava sendo adotada. Algum tempo depois, a assistente social me ligou e contou a história de Gabriel, um garoto com síndrome de Down que morava num abrigo da prefeitura. Ele tinha 6 anos e havia sido retirado de casa por sofrer maus-tratos. Não falava, não andava, tinha problemas de visão e de audição, usava fraldas e se arranhava muito em função do ambiente violento em que vivera. Resolvemos conhecê-lo e foi amor à primeira vista.

Gabriel passou alguns fins de semana em casa e logo conseguimos a guarda. Os seus 7 anos foram comemorados com um festão! Acho que foi a primeira festa que ele teve, nem cabia em si de tão feliz. Não somos ricos – sou professora da rede municipal e meu marido é metalúrgico –, mas nunca faltou nada ao Gabriel porque toda a família abraçou a causa e ajuda, inclusive nas despesas. Ele freqüenta um centro especial onde faz fonoaudiologia e fisioterapia. Tem um terapeuta ocupacional e, duas vezes por ano, passa por um neurologista. Hoje, aos 12 anos, é um menino calmo e feliz. Vai à escola – está no 4º ano –, anda, conversa, há tempos se livrou das fraldas, come sozinho, não se machuca mais e conseguiu recuperar uma das vistas. Meu filho só trouxe alegria e esperança para nossa família. Cada progresso seu é uma vitória para ele e todos os que o amam.

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